hummingbird with the heart of a whale

Acendamos uma Velinha

Relâmpagos e Trovoada! Raios e Coriscos! Pernas de sapo e asas de morcego!
Não sou superticioso mas sempre vou acreditando em sentidos ocultos em todos os nossos actos. Há que descobri-los!
Não sou propriamente original: eu e mais alguns milhões de lunáticos, conspiracionistas, esquizofrénicos, místico-esotéricos e xiitas acreditamos nisto. Dá trabalho, ocupa tempo, causa-nos 'aponquentações' - lembrando sempre que mais vale uma aponquentação que uma doença venérea-, mas sempre pode ser um excelente desbloqueador de conversa e sempre se pode roubar umas risadas, de escárnio ou sinceras.
Mas para que serve tanta conversa?
Estava eu calmamente alienado nos meus pensamentos quando sou avisado de um novo blog -este aqui que vocês vêm. Passeei por ele lendo atentamente, cuidadosamente, avidamente, sempre buscando um indício que me permita iniciar as conjecturas, quando comecei a deparar com: a escrita no feminino, a crença/procura no/do amor, no seus sucedâneos, nos seus filiados, na necessidade trágica e perene de consolo (nos seus sucedâneos e filiados), no feminismo latente, etc. E não é que, no meio de tudo isto, um pensamento se me aflorou: e o título!? Porquê este título?! Trovoada e Relâmpagos?! Trovoada?! Relâmpagos?! Porquê?
Lembrei-me de Zeus, do seu fogo eterno e do seu roubo por Prometeu. Lembrei-me de um homem que tinha sido atingido por um relâmpago meia dúzia de vezes. Lembrei-me de uma luz brilhante em forma de bola que costuma aparecer na serra de Grândola. E não é que, a dado momento me lembro de Santa Bárbara, a santa de quem os católicos se recordam quando os ditos fenómenos se desencadeiam na atmosfera. Foi então que eu comecei a relacionar! A dita cuja, diz a lenda, quando era muito nova e muito bonita, filha de homem pagão e rico, era muito desejada. O pai, homem malvado - não seremos todos? -, para a proteger dos olhares e desejos alheios, enfia-a numa torre, húmida, escura, fétida, com baratas, osgas e celebridades da TV, e parte em viagem, numa longa e debochada viagem. A moça que na altura tinha os cabelos curtos e não tinha lençois na cama teve que recorrer às novas tecnologias para se salvar e então começou a rezar (não se esqueçam que isto se passou no séc. III). Rezava, rezava e rezava, pagando grandes facturas de acesso! Certo dia, seu pai, retornado da viagem, de ouvido atrás da porta - péssimo hábito, escutou-a a rezar. Danado com a situação tenta matar a filha e é nesse momento que miraculosamente se afastam uma pedras e Bárbara consegue escapar! Triste, sozinha e com frio, andava pelos montes a chorar seu destino e nisto aparece-lhe um pastor espadaúdo, um pedaço de homem rude e sensual.
Não se sabe o que andaram a fazer, mas o que sabe é que Deus, ciumento e possessivo, em jeito de vingança, transformou todas as ovelhas e cabras do pastor em escaravelhos.
Como se não bastasse, o pai encontra-a, arrasta-a por uma orelha até junto de alguma autoridade. A moça é supliciada de forma violentíssima e para gáudio dos presentes, o pai, esse canalha, esse bandido, pega num machado e vai de cortar a cabeça à rapariga! Deus chateado com toda a história tipo "gaja minha sou eu que mato", mandou um raio certeiro, atingindo Dióscoro (o nome do pai) mesmo no alto do cucuruto! O fulano desfez-se em pó e assim termina a história!
Por isso é que se acende uma velinha à Santa Bárbara quando relampeja, só para acalmar a fúria da mulher! As mulheres bravas são danadas! Deus nos livre delas!
Assim se descobre mais um ícone do feminismo radical! Mulher espezinhada, mal-tratada, assassinada, mas que no fim se vinga de todos com um imenso poder de fogo!
Imaginem o que terá feito aquele fulano que apanhou seis vezes com um relâmpago! O machista que será!
Assim tudo se vai articulando: thunder-and-lightning, Santa Bárbara, feminismo radical, etc.



10 comentários:

kelly disse...

Bem-vindo a bordo, gajo!

kelly disse...

Não andas a ler os posts todos, M! Titã não é coisa de miúda. Não é. Garanto.

kelly disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
kelly disse...

Dois "m" e uma "r" neste blog

Miguel Martins disse...

Mas o de Titã foste tu - Raquel - que o postaste! Tu és mulher!
Lendo o post "Desabafo", pensei...

Podemos estar aqui com uma crise de identidade!

kelly disse...

Ok. Este blog está baralhado! Assumo as culpas. O desabafo não é meu, é da Mariama. O de Titã é. Entendidos? Mariama, apresento-lhe o Blop. Blop apresento-te a Mariama. (Não posso dizer os vossos nomes?)

bolacha disse...

arranjem um telefone, miúdos! também estou curiosa de saber quem são mariama e blop. vá lá ver se os trazes à capital para um jantarinho, miúda raquel!
;)
animem lá o thunder and lightning que isto só com amor já doía. olha quem fala, eu...

Miguel Martins disse...

O meu não podes! Depois sinto-me inibido para contar determinadas coisas! Já o do/da Mariama acho que deves!

kelly disse...

ócápa

Manela disse...

O meu também não... Sou uma bruxa má...

a doceira (mail)

When did you say that?