hummingbird with the heart of a whale

do silêncio que nos une

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio que não consegues adivinhar.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
como a distância a que nos obrigamos e ainda assim
nos une

Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
E a outra metade um vulcão.

(...)

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

texto de Oswaldo Montenegro: "metade", com acrescentos livres, por mim, a bold e itálico.

2 comentários:

Pedro Branco disse...

Lindo. Digno. Uma pincelada a condizer. Boa.

Beijo

kelly disse...

Doce. Amigo. Apaixonado. Obrigada:)

a doceira (mail)

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