não te amo
Não te amo, quero-te: o amar vem da alma.
----E eu na alma - tenho a calma,
----A calma - do jazigo.
----Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
----E a vida - nem sentida
----A trago eu já comigo.
----Ai, não te amo, não!
Ai! não te amo, não; e só te quero
----De um querer bruto e fero
----Que o sangue me devora,
----Não chega ao coração.
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
----Quem ama a aziaga estrela
----Que lhe luz na má hora
----Da dua perdição?
E quero-te, e não te amo, que é forçado,
----De mau feitiço azado
----Este indigno furor.
----Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
----Que de mim tenho espanto,
----De ti medo e terror...
----Mas amar!... não te amo, não
Almeida Garrett
3 comentários:
:)
nem sempre se assume que se precisa do que se precisa. cegam-nos o orgulho e o preconceito, tantas vezes.
abram-se os olhos e a alma, venha o que vier, e dê-se o que se tiver!
que nostálgica, my darling! Just feel... bjs
nostalgia nenhuma!
o orgulho e o preconceito orgulham muito boa gente. é um facto. só. ;)
beijinho
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