do cemitério de pianos
"- Sim, sim. Está bem. Eu digo. - Aproximou-se dos meus filhos e da minha mulher e disse-lhes. Um muro invisível entre o seu rosto e as palavras que dizia. Um muro invisível entre o mundo e as palavras que dizia. Um muro que não permitia a compreensão imediata de palavras tão simples."
(do belo, belo, belíssimo, delicioso nas palavras, levemente pesado na intensidade, suavemente duro no sentir, autor de marcantes danças de palavras, tão tão bem articuladas: José Luís Peixoto)
4 comentários:
Reads like poetry.
this boy is poetry. don't you agree?
Há quem o adore, há quem o deteste, chamam-lhe gótico, miúdo, repetitivo, eu sei lá, mas é inegável que tem imenso talento, e uma sensibilidade muito própria e muito apurada. Poucos escritores pseudo-consagrados conseguirão ir tão ao fundo da dor, por exemplo. Ou da tristeza. Ou dos sentimentos ditos "pesados". E desenhá-los com a mais absoluta leveza.
Gostei do teu blog e das tuas leituras.
obrigada Margarida.
costumo dizer que o José Luís Peixoto escreve como se tivesse 55, apesar de ter menos 20. daí, talvez, a proximidade/aceitação da morte, aliada a uma sensibilidade e leveza puras.
irei desalinhar muitos dias:)
beijinhos e noite feliz!
Enviar um comentário