hummingbird with the heart of a whale

da vida e da morte

hoje, no "Y", há palavras que nasceram na morte de Mário Cesariny. escolhi estas, de António Barahona:

Memória
Na morte do poeta não há morte:
há candura,
um braço dentro do azul
e o perfil, recortado à tesoura.

Na morte do poeta não há morte:
há vida em excesso,
as mãos no sexo
e uma festa da vida.

Na morte do poeta não há morte:
há viveiros de versões do mesmo tema
e um filosofema
em ferida.

Na morte do poeta não há morte:
há vivências que ninguém adivinha,
poemas pescados à linha
debruçados na torre sanguínea.

Na morte do poeta não há morte:
há só desejo de morrer
para poder viver
cada vez mais forte.

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a doceira (mail)

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