hummingbird with the heart of a whale

do que se diz e do que se sente

(post em jeito de comentário aos comentadores)

destoar é às vezes preciso, meus queridos;)
adorei ver um amante por natureza seguido de dois tementes ao amor!

desacreditar o amor é um passo seguro para não amar nem ser amado. já acreditar nele abre portas e janelas de possibilidade: de nos apaixonarmos, de vivermos o amor, de encontrar alguém com quem se possa criar uma equipa simbiótica*, com todo o potencial de uma boa equipa.
na revista Xis desta semana, a ana Castro escreveu um artigo muito interessante sobre o mistério das relações (não dizia nada que não tivesse já dito ou ouvido em conversas de café, mas de uma forma mais arrumada. retiro umas palaras: "Conhece-te a ti próprio. Não há acasos na escolha dos afectos, assim como os não há nas rupturas e insucessos repetidos. Acontece que a ignorância desses sofrimentos inconscientes está na origem da nossa insatisfação e do nosso mal-estar, pois como dizia o psiquiatra Carl Jung, "o que permanece inconsciente revela-se através de acontecimentos exteriores". E o outro é o espelho do que temos dentro de nós, assim como nós reflectimos as suas próprias "sombras". Mas muitos recusam-se enfrentar as razões prfundas da sua insatisfação e mal-estar, que alías negam com todas as suas forças. a verdade é que tentam compensá-las como podem, muitas vezes através do investimento artificial no seu próprio ego. No entanto, apesar do vazio e da distância que colocam constantemente entre si e os outros, da eterna fuga da intimidade, procuram sem cessar o amor e a relação ideal, enquanto adiam sucessivamente a possibilidade de um encontro amoroso real, saudável, feito de entrega, generosidade e humildade. Essa entrega afectiva é uma prova de confiança em nós próprios e nos outros, mas muitos privam-se e privam os seus parceiros ocasionais da satisfação de viver uma relação amorosa que os faça sentir verdadeiramente vivos e razoavelmente satisfeitos. Preferem, de certa forma, deixar morrer a sua afectividade, a sua capacidade de dar e receber amor, a correr riscos que a vida real comporta."


* sim, é no sentido figurado.

13 comentários:

Anónimo disse...

Amar-te no segredo de mim,
no medo de ti...
Na penumbra de nós. Sem nome. Sem rosto. Sem beijo?
Pois... quando um abraço não chega falta sempre o beijo.
O beijo é o sumo do amor. Sem beijo tudo se moribunda. Até morrer? Ou até se matar.
Não irei desaparecer na tua ausência, meu amor. Descansa.
Guarda o beijo para uma noite qualquer, em que derrubes as palavras e anuncies o amor.
Amo-te.

Miguel Martins disse...

Isto anda bonito, anda...
Começando a citar a Xis, qualquer dia é ver-te a citar a Mulher Moderna!
O amor anda muito sobrevalorizado! Nunca serviu ninguém, nunca há-de servir! Aliás, de pouco serve! Tudo o que resta são acasos contextualizados e temporalizados de paixões, que não são nada mais que um desconhecimento, que após se tornar conhecido, revela-se monótono, entendiante, fastidioso (às vezes o recurso aos sinónimos dão mais força), embrutecedores e castradores.
Não passa por desacreditar o amor, passa por não acreditar nele! Acreditar em Deus confere a capacidade de salvação e redenção?
O artigo que citas é, como insinuaste, um conjunto de conhecimentos filosófico-psicanalíticos de pacotilha! Só me resta dizer nhac-nhac-nhac!
O outro é o espelho de mim, o quê? Se já foste a algum parque de espelhos o que me tens a dizer disso? A imagem reflectida és tu própria?
Mas ainda ainda tem mais que se lhe diga!

Amai e Comei! Este é o sangue da nova e eterna aliança! Até parece que quem fizer isso não morrerá!

kelly disse...

anonymous: não sei dispor e ordenar as palavras, de forma a responder-te à altura:)
obrigada pela poesia que sopras para este lado. os comentários deste blog são mais bonitos do que os posts.

kelly disse...

blop:
Deuses, falar em Mulher Moderna é o mesmo que falar em Maria, MAriana e afins! Achas que para lá se caminha?

O amor não existe para servir, existe para se fazer, para se sentir, para se dar, para se partilhar, para para para para... Pára! Não falas do amor, falas de flirts, de atracções, de tesões, de paixões, de descompensações.
"Não passa por desacreditar o amor, passa por não acreditar nele!" Cada um acredita naquilo que quer, desde que não obrigue nem proiba ninguém ao mesmo. Essas sim, são ideias erradas a que demasiadas vezes o amor é associado. No amor não existe obrigação nem proibição. (a não ser a de nos aceitarmos e amarmos a nós próprios como somos, sempre com margem para crescer, tal como aos outros)

"O outro é o espelho de mim, o quê?"
Diz-me que nunca te aconteceu pedir a alguém que não fosse "assim", para depois te apercebers que também tu assim fazias? ;) às vezes o espelho ajuda-nos ver de fora, para mudar.
com amor me despeço,

Miguel Martins disse...

Tanto se fala de amor e tão pouco se ama! Tanto se fala de felicidade e tão poucas pessoas sabem o que é ser feliz ou como consegui-lo ser. Revistas, jornais, blogs, conversas de café, na rua, toda a gente fala disso, como nos quisessemos convencer que é possível alcançar algo que nos transcenda, que nos retire da rotina, das contas a pagar, dos dias que se sucedem e se sedimentam como estratos geológicos envolvendo-nos como fosséis da vida e de nós próprios.
Amor, felicidade... São palavras mais possuídas e abusadas que todas as putas do mundo.
Falar-te-ia, se tivesse tempo, se estivesse contigo, das fontes de sofrimento, do mito de Sísifo, dos pessimistas e de todos os outros...
Dir-te-ia, se tivesse tempo, se estivesse contigo, quantas vezes amei, quais os tipos de amor, como fui feliz e infeliz e como me pus assim.
Raquel: o amor não resiste à vida nem à realidade. O amor é demasiado frágil e o único sítio em que vai resistindo é na literatura, nas artes e neste mundo virtual! Faz-me lembrar as peças raras e frágeis que têm de ficar fechadas em museus, inacessíveis à maior parte das pessoas e a apanhar pó!

Miguel Martins disse...

Aqui vai um poema adequado!

The Wise
By: Countee Cullen

Dead men are wisest, for they know
How far the roots of flowers go,
How long a seed must rot to grow.

Dead men alone bear frost and rain
On throbless heart and heatless brain,
And feel no stir of joy or pain.

Dead men alone are satiate;
They sleep and dream and have no weight,
To curb their rest, of love or hate.

Strange, men should flee their company,
Or think me strange who long to be
Wrapped in their cool immunity.

Anónimo disse...

Não me digas nais nada...
Ama-me!

nuno disse...

à parte da polémica, o amor é só isso, amor. não é possível dissecá-lo ou entender-lhe razões, simplesmente porque, como qualquer outro sentimento, elas não existem. cada um vive consigo.

kelly disse...

blop, já aqui houve um post sobre o muito que se fala e o pouco que se faz - amor.
meu querido, acho que confundes o amor com outras coisas.
ao contrário do que dizes, que o amor não resiste à vida nem à realidade, o amor É vida e realidade. por isso não salva ninguém da sua vida, não torna feliz quem vive infeliz.

kelly disse...

é isso mesmo nuno!

o amor faz-se, sente-se
a felicidade constrói-se, alimenta-se
a cada momento

fiquem bem e voltem sempre;)

Miguel Martins disse...

Por saber identificar e distingui-lo tão bem não confundo o amor com nada. E não sei se serás capaz de fazer o mesmo!? Não serás tu que confundirás determinadas coisas?

Reparo que em grande parte da tua argumentação ainda impera um espírito maniqueísta, dualista e mesmo transcendentalista:

Amor=felicidade; Felicidade/Infelicidade; Infelicidade=Desamor=És.mesmo.burro.e.ainda.não.conseguiste.descobrir.um.sentido.para.a.tua.vida.e.nem.sequer.tiveste.a.revelação.de.que.existe.uma.coisa.chamada.amor.e.felicidade.que.são.tão.importantes.mas.tão.importantes.que.nos.superam.a.todos.sendo.que.todos.os.que.não.acreditarem.nisto.são.uns.pobres.de.espírito.infelizes.e.decadentes,coitados


Também reparei que esta polémica já é tão antiga! Ika! Já em Janeiro e Fevereiro de 2005 (e nos outros meses) andávamos por aqui a discutir o amor.

E como postei aqui em fevereiro005, repito:
"Aqueles que dispõem de meios pensam que a coisa mais importante do mundo seja o amor. Os pobres sabem que é o dinheiro!"
G. Brenan

Há tantos, mas tantos pobres!

kelly disse...

É evidente que confundo algumas coisas na vida e engano-me em outras tantas situações. É sinal de que estou viva:)
Contudo esta tua opinião está simples e redondamente errada:
"Reparo que em grande parte da tua argumentação ainda impera um espírito maniqueísta, dualista e mesmo transcendentalista:

Amor=felicidade; Felicidade/Infelicidade; Infelicidade=Desamor="
Nada nada disto.

Espero que fiques melhor, em breve, já que actualmente as tuas palavras transpiram mal-estar e irritação.
Bem hajas!

A Professorinha disse...

A vida real muitas vezes é demasiado dura para suportar, não é?

Beijos

a doceira (mail)

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