das mãos como livros
"procuro o lento cimo da transformação
um som intenso. o vento na árvore fechada
a árvore parada que não vem ao meu encontro.
chamo-a com assobios, convoco pássaros
e amo a lenta floração dos bandos.
procuro o cimo de um voo, um planalto
muito extenso. e amo tanto
a árvore que abre a flor em silêncio."
daniel faria, que conheci pelas mãos do nuno.
2 comentários:
Daniel Faria foi um poeta fabuloso...
"[...]às vezes ando descalço por uma linha encerrada/ No corpo/ Encostado ao ferro arrefecido pelas estações que passam. Pouca terra/ Lhe é dada a germinar. Dentro da terra/ Ou de uma veia cortada./ Faço às vezes o trajecto inverso do sangue/ Medito encostado às pulsações mais amadas. Pouca terra me foi dada/ para calar sempre. E amo/ Anónimo a luz transitória. o pulso interno de uma luz intermitente"...
e como sabe escrever o verbo amar!
quero entrar nesse comboio, ouvir o tic tac tic tac do tempo a passar à medida que sou transportada e irrrrrrrrrr
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