hummingbird with the heart of a whale

Hoje acordei assim

If you wait for me then I'll come for you
Although I've traveled far
I always hold a place for you in my heart
If you think of me
If you miss me once in awhile
Then I'll return to you
I'll return and fill that space in your heart
Remembering
Your touch
Your kiss
Your warm embrace
I'll find my way back to you
If you'll be waiting
If you dream of me like I dream of you
In a place that's warm and dark
In a place where I can feel the beating of your heart
Remembering
Your touch
Your kiss
Your warm embrace
I'll find my way back to you
If you'll be waiting
I've longed for you and I have desired
To see your face your smile
To be with you wherever you are
Remembering
Your touch
Your kiss
Your warm embrace
I'll find my way back to you
If you'll be waiting
I've longed for you and I have desired
To see your face, your smile
To be with you wherever you are
Remembering
Your touch
Your kiss
Your warm embrace
I'll find my way back to you
Please say you'll be waiting
Together again
It would feel so good to be
In your arms
Where all my journeys end
If you can make a promise
If it's one that you can keep,
I vow to come for you
If you wait for me and say you'll hold
A place for me in your heart.

Promise, Tracy Chapman

6 comentários:

Anónimo disse...

CAMPO DE FLORES

Deus me deu um amor no tempo de madureza,
quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme.
Deus - ou foi talvez o Diabo - deu-me este amor maduro,
e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor.

Pois que tenho um amor, volto aos mitos pretéritos
e outros acrescento aos que amor já criou.
Eis que eu mesmo me torno o mito mais radioso
e talhado em penumbra sou e não sou, mas sou.

Mas sou cada vez mais, eu que não me sabia
e cansado de mim julgava que era o mundo
um vácuo atormentado, um sistema de erros.
Amanhecem de novo as antigas manhãs
que não vivi jamais, pois jamais me sorriram.

Mas me sorriam sempre atrás de tua sombra
imensa e contraída como letra no muro
e só hoje presente.
Deus me deu um amor porque o mereci.
De tantos que já tive ou tiveram em mim,
o sumo se espremeu para fazer um vinho
ou foi sangue, talvez, que se armou em coágulo.

E o tempo que levou uma rosa indecisa
a tirar sua cor dessas chamas extintas
era o tempo rriais justo. Era tempo de terra.
Onde não há jardim, as flores nascem de um
secreto investimento em formas improváveis.

Hoje tenho um amor e me faço espaçoso
para arrecadar as alfaias de muitos
amantes desgovernados, no mundo, ou triunfantes
e ao vê-los amorosos e transidos em torno,
o sagrado terror converto em jubilação.

Seu grão de angústia amor já me oferece
na mão esquerda. Enquanto a outra acaricia
os cabelos e a voz e o passo e a arquitetura
e o mistério que além faz os seres preciosos
à visáo extasiada.

Mas, porque me tocou um amor crepuscular,
há que amar diferente. De uma grave paciência
ladrilhar minhas mãos. E talvez a ironia
tenha dilacerado a melhor doação.
Há que amar e calar.
Para fora do tempo arrasto meus despojos
e estou vivo na luz que baixa e me confunde.

Carlos Drummond de Andrade

É um grande comentário. Demasiado grande! Mas diz mesmo muita coisa. Demasiada coisa!

kelly disse...

É intenso. Sim. Ainda bem, porque a vida deve viver-se de forma intensa.

Anónimo disse...

CINO

Arre! Já celebrei mulheres em três cidades,
Mas é tudo a mesma coisa;
E cantarei ao sol.

Lábios, palavras, e lhes armamos armadilhas,
Sonhos, palavras, e são como jóias,
Estranhos bruxedos de velha divindade,
Corvos, noites, carícia:
E eis que não o são;
Já se tornaram almas de canção.

Olhos, sonhos, lábios, e a noite vai-se.
Em plena estrada, uma vez mais,
Elas não são.
Esquecidas, em suas torres, de nossa toada,
Uma vez por causa do vento, da revoada
Sonham rumo de nós e
Suspirando dizem, "Ah, se Cino,
Apaixonado Cino, o de olhos enrugados,
Alegre Cino, de riso rápido.
Cino ousado, Cino zombeteiro,
Frágil Cino, o mais forte de seu clã bandoleiro
Que bate as velhas vias sob o sol,
Se Cino do alaúde aqui voltasse!"

Uma vez, duas vezes, um ano -
E vagamente assim se exprimem:
"Cino ?" "Oh, eh, Cino Polnesi
O cantor, não é dele que se trata ?"
"Ah, sim, passou uma vez por aqui,
Sujeito atrevido, mas...
(São todos a mesma coisa, esses vagabundos)
Peste! As canções eram dele ?
Ou cantava as dos outros ?
Mas e o senhor, Meu Senhor, como vai sua cidade ?"

Mas e senhor, "Meu Senhor", bá! por piedade!
E todos os que eu conhecia estavam fora, Meu Senhor, e tu
Eras Cino-Sem-Terra, tal como eu sou,
O Sinistro.

Já celebrei mulheres em três cidades.
Mas é tudo a mesma coisa.
E cantarei do sol.
...eh?... a maioria delas tinha olhos cinzentos,
Mas é tudo a mesma coisa, e cantarei do sol.

"Pollo Phoibeu, panela velha, tu,
Glória da égide do Zeus do dia,
Escudo d'azul aço, o céu lá em cima
Tem por chefe tua rútila alegria!

Pollo Phoibeu, ao longo do caminho,
Faze do teu riso nossa chanson;
Que teu fulgor ofusque nossa dor,
E que o choro da chuva tombe sem som!

Buscando sempre o rastro recente
Rumo aos jardins do sol...
..............................................
Já celebrei mulheres em três cidades
Mas é tudo a mesma coisa.

E cantarei das aves alvas
Nas águas azuis do céu,
As nuvens, o borrifo de seu mar.

Ezra Pound

Este ainda diz mais!

Anónimo disse...

Passa a noite passa o dia
nas asas da ventania
passa o tempo que lá vai
tudo passa tudo corre
só o Amor não morrer
do meu peito não mais sai

Tudo que é dor e mágoa
passou por mim como a água
que gela todo o caminho
Mas o frio que há no meu peito
não é mágoa nem despeito
É falta do teu carinho
É falta do teu Amor
dos teus beijos de ardor
com que mentias verdades

Passa a noite passa o dia
mas o tempo so alumia
um punhado de saudades

Nuno Fradique

(Encontrado há alguns anos
num livro meio rasgado em CB)

kelly disse...

Anónimos: Escrevam à vontade, mas deixem de ser anónimos:-)

kelly disse...

:-)
Os anónimos deixaram de o ser. Pelo menos para mim...

a doceira (mail)

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