Germaine Greer, how could you?!
Um dos meus heróis da adolescência entrou no Celebrity Big Brother - Reino Unido. Confesso que a notícia me apanhou de surpresa e me abalou por instantes. Estas pessoas têm de ter noção da responsabilidade que carregam às costas! Ou não?!
OK, breath-in-breath-out. Estou mais calma e não a vou censurar. Até porque acho que devemos lutar pelo que amamos e não pelo que odiamos. Vamos à parte em que tento compreender: Aos 65 anos, a precisar de sustento, oferecem-lhe 40 000 Libras e eis que decide ponderar: 40 000 Libras, são 40 000 Libras; as pessoas já nem se lembram de mim; a ideia da mulher eunuco já está desactualizada; ninguém levará a mal; eu não deixarei de ser quem sou; não deixarei de ter escrito o que escrevi e eis que... aceita entrar no programa. Prometo a mim mesma reler o livro em Fevereiro.
"... significa comunicação e cooperação com os outros baseada no gosto pela sua companhia e por nós mesmas. Ser emancipada da insegurança e da dependência, andar livremente pela Terra é o nosso direito de nascença. Recusar peias e deformidades, tomar possessão dos nossos corpos e a glória do seu poder, aceitando as suas leis do amor. Ter algo que desejar, algo que fazer, algo a atingir, e finalmente algo para dar. Libertarmo-nos da culpa e da vergonha e da incansável auto disciplina da mulher. Para de fingir, de simular, de amimar e de manipular, de começar a controlar e a ajudar. Reclamar as virtudes masculinas de magnanimidade, de generosidade e de coragem. Vai muito mais longe do que salário igual para trabalho igual, pois deve revolucionar por completo as condições de trabalho. (...) as oportunidades têm de ser transformadas por completo, e as almas das mulheres mudadas para que elas desejem oportunidades em vez de se afastarem delas."
A mulher eunuco de Germaine Greer em 1976,
1 comentário:
Pois é, mudam-se os tempos... mudam-se as vontades... A coerência é algo que custa muito caro ao longo da vida... Os ídolos também têm pés de barro...
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