Assumir o quê? Não esconder o quê?
Há poucas coisas mais aborrecidas do que se ter de assumir qualquer coisa! Chiça!
Na infância: "assume que foste tu que estragaste o tractor a pilhas!", "assume que foste tu que partiste o vidro com a bola!", etc.
Na adolescência: "assume que és virgem!", "assume que gostas da Felismina!", etc.
Depois da adolescência: temos que assumir opção religiosa-espiritual, política, sexual! Ora porra! Se há coisa aborrecida é assumir qualquer coisa... Não nos apetece dizer e somos colocados entre a espada e a parede para o fazer! Há uma coacção enorme para termos que manifestar a nossa preferência! Que canseira!
Não precisamos de assumir nada! Ainda para mais no campo sexual! Há coisas que não precisam de ser ditas. Têm que ser feitas!
Depois há toda aquela pressão: quem se assume, quem não esconde, quem é coerente, é herói! É mais que um super-herói! Balhamedeus!
Se toda a gente fosse a revelar o que sente, o que pensa, como se comporta tudo estaria perdido!
2 comentários:
Nada de confusões... assumir não significa andar a explicar tudo a toda a gente... significa sim ter um comportamento coerente, sem estar preocupado com os outros... Coerência, blop... certo?
Sobretudo nos discursos e comportamentos ... estou a lembrar-me de alguns políticos muito conservadores...
Estou a deixar de acreditar na coerência! Parece que à partida é importante sermos coerentes e que a coerência é um valor em sim mesmo. Para mim não é! Já foi!
Hitler era coerente com os seus princípios! (Desculpa este género de argumento retórico-sofista)
A coerência tem que ser perspectivada à nossa própria experiência de momento, admitindo também que podemos mudar, que é benéfico mudar, que podemos, face às novas experiências perspectivar o mundo de forma diferente.
A coerência pode significar uma tendência para o imobilismo e para a ortodoxia! Pode até significar uma tentativa de mentira a nós próprios! (depois continuarei a argumentação!)
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